“Ser palhaço não se trata de fazer sorrir, mas de compreender o estado psicológico dos pacientes”

 12/04/2021


Esta é uma frase do depoimento da voluntária Águeda Maria de Oliveira, a Palhaça Maxchinela Pirulito. Águeda trabalha com Serviço Social e gestão de pessoas e fala sobre os empenhos, alegrias e desafios de ser voluntária. 

Confira este depoimento enriquecedor logo abaixo, clicando no player.

Acompanhe outras vivências dos nossos voluntários na aba “Depoimentos”, aqui, no blog do Big Riso.



Aprendi com o Big Riso que “não basta só a medicação, cada um dos voluntários é uma peça importante e estratégica na cura do paciente”. Estas são palavras do próprio Dr. Jairo Cartum, oncologista pediátrico.

Aprendi muito com as palestras do Dr. Jairo Cartum e, em todas as ações que pratico, sinto uma emoção que faço questão de passar adiante, motivando outras pessoas a serem voluntárias. Eu passei a dar mais valor ao próximo e ter mais amor principalmente às crianças.

Aprendo um pouco com cada pessoa ali dentro e com certeza saio de lá mais leve, mais feliz.

Uma experiência engraçada que tive e me marcou foi em uma festa de fim de ano no Hospital Servidor Público, em São Paulo, uma menininha de 2 aninhos que tinha medo de palhaço.

Cada vez que ela me olhava, agarrava no pescoço da mãe. Foi difícil conquistar a atenção desta criança, mas com muita paciência e amor, tirei um sorriso da criança e consegui que ela ficasse do meu lado, brincando. Olha, eu ganhei este dia! Foi maravilhoso ter conquistado a atenção desta menina.

Já um desafio grande que passei foi quando fazia visitas no Hospital do Servidor Público Estadual em São Paulo. A criança que mais me marcou se chamava Fábio Henrique da Silva. Todo mês eu (Maxchinela Pirulito) e a Roberta Bigucci (Spiningrifka Pirulito) falávamos que éramos irmãs gêmeas, fazíamos a visita para o Fábio e, em outubro de 2009, ele estava em plena recuperação.

Mais para frente, não lembro que ano ele veio a falecer, mas foi bem triste lembrar de sua mãe, e dos meses que íamos lá no hospital e não encontramos mais o Fábio.

Aprendi também que ser palhaço não se trata de fazer sorrir, se trata de tentar compreender o estado psicológico dos pacientes, para as crianças esquecerem um pouco da dor, desviar a atenção nas brincadeiras, sorrisos e alegrias.

A cada leito que eu entro, peço a Deus para que eu deixe um pouco de felicidade para aquela criança.

É muito gratificante ser voluntário no Big Riso, que é um projeto tão organizado e simplesmente maravilhoso. Temos todo o suporte para realizar visitas e eventos.

Um conselho para quem quer ser voluntário: não se preocupe se você não sabe fazer piadas ou não tem habilidades. Tem criança que só quer um sorriso, ou alguém para ouvi-las, uma atenção. 

Quando doamos uma parte do nosso tempo, que achamos que nunca temos, nos pequenos momentos que estamos nos hospitais, sentimos o verdadeiro amor, o brilho nos olhos de cada criança. 

Só tenho que agradecer a Deus, à Roberta e ao Big Riso de poder ser voluntária. Amo ser palhaça, amo levar alegria e amor às crianças.