22/11/2021
Dia 30/10/2021 e em parceria com a ONG APINAN (Associação Protetora Indígenas, Natureza, Animais e Necessitados), o Big Riso visitou a aldeia “Tekoa Krukutu”, localizada às margens da Represa Billings de São Bernardo na divisa com a cidade de Parelheiros/SP.
Ao longo da tarde daquele sábado, houve muitas brincadeiras, fartura de petiscos e bebidas, além da entrega de brinquedos e guloseimas para as crianças.
Os voluntários e palhaços ficaram responsáveis por organizar as atividades, fazer esculturas de bexigas, pintar o rostinho das crianças, e entregar as arrecadações doadas por pessoas físicas, entidades e bazares beneficentes da APINAN. “Esse ano a ONG conseguiu levar até brinquedos infláveis e as crianças (indiozinhos) foram à loucura (risos)”, relembra Thaís de Oliveira Rego, voluntária do Big Riso desde 2012 como palhaça Tatita, e que já esteve na aldeia por, pasmem: cerca de 50 vezes!
O aprendizado de uma palhaça em aldeia indígena
“Em 2017, quando eu recebi o convite por meio do Big Riso para participar da festinha pela Rose Toneto, a minha primeira reação foi de curiosidade de como seria a cultura indígena nos tempos atuais, como seria este contato entre índio e palhaço. E, de fato, a minha primeira visita foi um choque de realidade, não com relação à cultura, mas com a carência dos requisitos básicos de sobrevivência por lá”, conta Thaís.
A aldeia, de cerca de 500 habitantes, tem um posto de saúde, o Ceci (Centro de Educação e Cultura Indígena) e uma Escola Estadual Indígena. Sem acesso a saneamento básico e com poucas oportunidades de emprego, de acordo com a voluntária e por conta da pandemia, os integrantes da aldeia, apenas retomaram o seu principal sustento há 6 meses, com a liberação sanitária de doações e a continuidade das vendas de artesanatos com plantas e sementes confeccionados na própria Krukutu. Alguns moradores também foram infectados pela Covid-19.
"Nesta última visita eu ganhei um colar de duas indiazinhas. Eu nem queria aceitar, mas vi que para elas era importante. Disseram que era para nós nunca deixarmos de visitar a aldeia, que sentiam falta de nós”.
Thaís conta que a visita prioriza o respeito pelas crenças e cultura do local, sendo sempre significativa aos voluntários, às crianças e até ao próprio cacique: “ele já compartilhou comigo e com alguns voluntários que a cada visita nossa na aldeia sente como se estivéssemos plantando uma semente de amor e esperança na aldeia, principalmente no coração das crianças”.
“Eu era pequena quando tive o meu primeiro contato indígena durante uma excursão escolar para Mongaguá, mas aquilo foi muito lúdico. Eu não entendia a importância dos indígenas na nossa história do país e como humanidade. Não entendia o porquê protegiam nossa natureza, porque batalhavam por suas terras. Na adolescência, já pensei que indígena não gostava de trabalhar, que não queria saber de estudar e se apropriavam de terras de graça. Ainda bem que tive estas oportunidades de mudar a minha percepção de vida, eles têm muita fé, batalham todos os dias e buscam a preservação da natureza”, finaliza.
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